Líderes de sindicatos de enfermagem em todo o mundo condenam a repressão e o assalto à democracia em Honduras

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Honduran Protestors March
Photo Credit: Norma Yanina Parada Martinez

Silver Spring, Md. -- Líderes de sindicatos de enfermagem de 17 países, afiliados à Global Nurses United, uma federação internacional de sindicatos de enfermagem, denunciaram hoje a "violenta repressão" da população hondurenha realizada pelas Forças Armadas e a polícia militar de Honduras, após as eleições presidenciais de 26 de novembro.

Os líderes chamaram a atenção para as múltiplas irregularidades durante o processo eleitoral e denunciaram que ao menos 14 pessoas morreram como resultado de tiros disparados pelas forças de segurança do Estado e mais de 50 pessoas foram hospitalizadas com feridas de bala.

"O atual estado de emergência e o toque de recolher militar no contexto de um processo eleitoral não só significam uma agressão às vítimas da repressão; também impede que os pacientes possam ter acesso ao tratamento e aos cuidados necessários", disseram.

A declaração é assinada por líderes das seguintes federações sindicais nacionais: Federação Australiana de Enfermeiras e Parteiras; Federação Nacional dos Enfermeiros de Brasil; Federação Canadense de Unidades de Enfermagem; Federação Interprofissional de Saúde do Quebec do Canadá; Asociación Nacional de Profesionales en Enfermería de Costa Rica; Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Enfermagem da República Dominicana; Federação pan-helênica do Pessoal de Enfermagem da Grécia; Sindicato Nacional de los Trabadores de Salud de Guatemala; Organização das enfermeiras(os) e parteiras(os) da Irlanda; Assembléia Nacional de Enfermeiras e Enfermeiros do México; Organização das Enfermeiras da Nova Zelândia; Asociación Paraguaya de Enfermería; Federação de Enfermeiras do Ministério da Saúde do Peru; Sindicato Filipino de Enfermagem da República das Filipinas; Sindicato Coreano de Trabalhadores(as) da Saúde e Medicina da Coréia do Sul; Sindicato de Enfermeiras de Taiwan; Sindicato de Trabalhadores(as) de Hospitais da Cidade de Taipei em Taiwan; Sindicato Nacional de Enfermeiras(os) dos Estados Unidos e Sindicato Único de Enfermagem do Uruguai.

"Como enfermeiros(as), acreditamos que a ameaça à democracia hondurenha é também uma ameaça à saúde e ao bem-estar de sua população ", afirma o comunicado. " Os hondurenhos e hondurenhas vem sofrendo gravemente o impacto na saúde com o “desfinanciamento” ilegal do Instituto Hondureño de Seguridad Social (IHSS) e a privatização de hospitais públicos e clínicas, que ocorrem apesar do amplo movimento de protesto liderado por enfermeiros(as) e outros trabalhadores do setor de saúde".

"A isso se somam os cortes drásticos nos direitos trabalhistas dos enfermeiros(as) do sistema de saúde pública, o que implica na limitação intencional de suas capacidades para atender adequadamente as necessidades dos pacientes.", continua a declaração. " Desde o golpe militar de 2009, Hernandez apoia a usurpação de terras e a mineração e outros projetos extrativistas que têm graves conseqüências ambientais e que também impactam gravemente a saúde da população. Dezenas de defensores dos direitos humanos - incluindo enfermeiras - que protestaram contra essas ameaças à saúde e à democracia em Honduras morreram em assassinatos intencionais".

Entre as federações afiliadas à GNU encontra-se a Associação Nacional de Enfermeiras Auxiliares de Honduras.

A liderança desses sindicatos exige que o governo hondurenho declare o fim do estado de emergência e convocam a comunidade internacional para exigir uma recontagem dos votos das eleições presidenciais, "supervisionada por organizações internacionais independentes e confiáveis"; bem como se exija "o fim imediato da repressão dos protestos não-violentos pelo governo de Honduras e (que se) condene a militarização pré e pós-eleitoral"; e "a suspensão imediata, por todos os governos do mundo, da ajuda militar e policial ao governo de Honduras, responsável por cometer abusos aos direitos humanos".

A declaração completa pode ser vista através do seguinte link: http://www.nationalnursesunited.org/enfermeiras-em-todo-o-mundo-denunciam-violentas-repressoes-e-exigem-o-restabelecimento-da